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Publicado em: 20 Maio 2020

Revisitar o palco do THSC

Transmissão em 20 de maio, 21h30. Uma produção Ópera Estúdio da ESMAE, apresentada no palco do THSC em junho de 2017.

Cosi fan tutte

de W. A. Mozart

Esta ópera foi apresentada no palco do Teatro Helena Sá e Costa nos dias 8 e 9 de junho de 2017. Esteve em digressão no mês de maio do mesmo ano, passando pelo Teatro de Portimão, Cine-Teatro Avenida (Castelo Branco) e Casa das Artes de Famalicão.

Para assistir: www.esmae.ipp.pt/revisitar-palco-thsc 


Com a participação da Pós-Graduação em Ópera  e Estudos Músico-Teatrais da Esmae, Departamento de Teatro, Departamento de Música e Serviços de Áudio da Esmae.

Encenação: António Durães e Cláudia Marisa 
Cenografia: Ricardo Preto
Luz:  Rui Damas e Fernando Coutinho
Figurinos: Hugo Bonjour


Direção musical: António Saiote (Portimão) Georgina Sanchez (Castelo Branco), José Marques (Famalicão).
Direção Artística: António Salgado


"COSI FAN TUTTE, antepenúltima ópera de Mozart, com libreto de Lourenzo da Ponte, estreou no palco do Teatro de Portimão e, depois, prosseguindo a digressão, abriu ao público as aulas presenciais da Escola dos Amantes no Cine Teatro Avenida de Castelo Branco, na Casa das Artes de Famalicão para, finalmente, se apresentar na escola, o seu espaço natural, no Teatro Helena Sá e Costa.

 A versão que veremos esta noite no palco virtual do Helena é a versão mais canónica das duas que nesse ano fizémos, apesar de, ainda assim, nesta tresleitura, toda a acção decorrer numa praia, símbolo dos amores com morte anunciada, os de verão, que darão azo a uma nova combustão amorosa no verão seguinte, se o veraneio se cumprir naquele areal e os veraneantes persistirem nas (suas) mesmas inclinações.

Trata-se de uma ópera que aborda o descomprometimento amoroso ou, melhor dito, que põe à prova os amores publicitados que duas irmãs nutrem por dois soldados. Estes amores, inquestionáveis para os apaixonados incluídos, são jogados numa roleta escondida, num palco e numa encenação burilada pela mente perversa de D. Alfonso, que põe em cena as suas dúvidas com requintes de malícia. Inventa uma guerra, muda perversamente o sentido dos amores dos apaixonados, manipula as regras do jogo, obtendo da parte da criadita-escrava das duas irmãs, um auxílio perfeito (uma assistência à sua encenação) para as suas manipulações vertiginosas.

Depois, é o jogo teatral desenfreado, uma montanha russa de emoções, rumo a uma conclusão magnânima. “Assim fazem todas”, canta D. Alfonso, algures, no crepúsculo da obra, fechando-a num primeiro gesto, falso final, para a seguir desenhar mais dois remates, recompondo a tragédia que provocou e alimentou, qual deus ex_machina, capaz de fazer e desfazer, conforme os humores humanais e poderes quasi sobrenaturais.

De curioso, imediatamente nos ocorrem várias recordações desta experiência:

1. O facto desta ser uma versão mais ou menos canónica da ópera, cantada na sua quase integralidade, mesmo que o espaço cenográfico escolhido seja uma praia onde todas as coisas acontecem e não os múltiplos espaços propostos pelo libretista. A praia como contentora dos múltiplos espaços convocados pela narrativa;

2. O facto de ter ao lado (ao lado das experiências cénicas realizadas noutro âmbito) uma outra versão, essa off, realizada no mesmo espaço cénico mas com outros corpos e outras vozes, e apenas com piano. Uma versão muitíssimo cortada (e acrescentada aqui e ali com outras coisas surpreendentes: farrapos que vêm de outras memórias) dando, ainda assim, espaço a que todos os alunos pudessem ter uma presença mais óbvia;

3.  Ter levado país fora um grupo extraordinário de estudantes, extraordinário em número e talento (uma orquestra sinfónica, mais os cantores e coro, mais os tantos que apoiaram e acomodaram o espectáculo nas suas várias leituras paralelas e disciplinas técnicas) mostrando a sua arte em palcos improváveis, pela distância e pelas dificuldades óbvias da logística;

4. De realçar finalmente a ampla participação de tantos e tantos neste projecto, desde a Pós-Graduação em Ópera e Estudos Músico-Teatrais da Esmae, do Departamento de Teatro, do Departamento de Música, dos Serviços de Áudio da Esmae e, ainda, o grupo de directores de orquestra, também eles alunos em regência, globalmente dirigidos por António Saiote.

Bons tempos."

 António Durães, António Saiote, Cláudia Marisa


 

 

Ficha Técnica e Artística
Direção Artística: António Salgado

Direção Musical: Georgina Sánchez Torres

Supervisão Musical: António Saiote

Assistente de Direção: José Marques
Encenação: António Durães e Cláudia Marisa
Cenografia: Ricardo Preto
Figurinos: Hugo Bonjour
Assistente de Figurinos: Letícia dos Santos
Designer de luz: Rui Damas e Fernando Coutinho
Vídeo e som: José Prata e João Sousa
Fotografia: Vitória Menezes
Design gráfico: Ricardo Preto/Pedro Serapicos
Direção de Cena: Mariana Barros e Sofia Peralta
Produção: António Salgado, Regina Castro, Joel Azevedo, Sofia Peralta, Carlos Azevedo

Fiordiligi (soprano): Sílvia Sequeira/Ana Leite
Dorabella (soprano): Ana Santos/Adriana Romero
Don Alfonso (barítono): Carlos Meireles/Ricardo Rebelo
Despina (soprano): Ana Leite /Sofia Vinhas
Ferrando (tenor): André Lacerda/Almeno Gonçalves
Guglielmo (baixo): Luís Pereira/Ricardo Rebelo

Orquestra: Orquestra Sinfónica da ESMAE
Coro: Ópera Estúdio da ESMAE
Cravo/Correpetição: Luís Duarte

 

Co-Produção: Ópera Estúdio da ESMAE/Pós-Graduação em Ópera e Estudos Músico-Teatrais/ OperaNorte


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