Esta ópera teve lugar no Teatro Helena Sá e Costa em 16 de março de 2019
Para assistir: www.esmae.ipp.pt/revisitar-palco-thsc
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L' Europe Galante (1697) de André Campra
No final do século XVII, e após a morte de Jean-Baptiste Lully (1632-1687), a corte francesa de Luís XIV mantinha o seu entusiasmo pelo grande espetáculo e pela novidade. Foi neste contexto que André Campra (1660-1744) desenvolveu um novo género musico-teatral – ópera-ballet – inaugurado por Pascal Colasse com o Ballet des Saisons dois anos antes.
Neste final do século XVII, a tragédia lírica de Lully já não satisfazia uma corte cada vez menos interessada em narrativas mitológicas e mais ávida de divertimento e de conteúdos mais mundanos; a estrutura formal clássica com prólogo e cinco atos dedicada a uma só estória foi substituída pela organização em prólogo e quatro entrées, viabilizando cada uma destas a experiência refrescante de um reset: um novo começo, com uma nova estória, num novo cenário, novos personagens que cantam em diferentes línguas, enfim, uma sequência de variedade apenas aglutinada pela temática ligeira de intrigas e sucessos amorosos. Distanciando-se do conteúdo e gesto trágico-mitológico, esta fórmula aproximava-se de uma dimensão mais humana e cortesã, e mais verosímil. O merveilleux é aqui substituído pelo espetacular, onde o efeito de sucessão de cenas distintas contribuía para uma diversidade que captaria olhos e ouvidos a cada momento.
Sendo a primeira versão (1697) desta obra intitulada Europe Galante - Ballet mis en musique, a dança - essa arte tão querida aos franceses e patrocinada pelo rei bailarino Luís XIV – é, desde o início, parte fundamental da sua criação. Duas das danças originais de Louis-Guillaume Pécour (1653-1729), aqui interpretadas pois chegaram até nós em registo coreográfico na então criada notação Beauchamps-Feuillet.
Nesta produção apenas visitámos excertos desta viagem passando pela França, pela Espanha e pela Turquia. No final, tudo termina com o dueto entre a alegoria Discórdia e a deusa Vénus, onde o Amor vence e assim se afirma que este é sempre o melhor remédio para garantir a paz e a harmonia.
Catarina Costa e Silva (2019)
Ficha Artística e Técnica
FRANÇA
Céphise Eunice Abranches D’Aguiar
Berger David Hackston
Doris Daniela Duarte
ESPANHA
Dom Pedro José Carlos Mateus
Dom Carlos Jorge Castro
Espagnole Carolina Bermejo
Espagnol Francisco Ricardo
TURQUIA
Zaïde Bianca Alves
EPÍLOGO
Discorde Daniela Matos
Venus Eunice Abranches D’Aguiar
Ensemble Portingaloise
Alexandra Canaveira de Campos
Catarina Costa e Silva
Inês Negrão
Thiago Vaz
Direção cénica e coreográfica Catarina Costa e Silva
Orquestra Barroca da ESMAE
Direção musical Benjamin Chénier
Desenho de luz João Castro Gomes
Tradução e legendas Catarina Costa e Silva
Agradecimentos Curso de Figurinos da ESMAE e Curso de Luz e Som da ESMAE