Teatro Helena Sá e Costa
(Entrada livre - até ao limite de lotação da sala)
La Donna di Genio Volubile
Música de Marcos Portugal
Libreto de Giovanni Bertati
Quatro homens conduzem o seu jogo de sedução de modo a enredar nessa malha uma mulher, La Donna, criatura volúvel, incapaz de persistir numa escolha, dona de caprichos que a vão enredando na sua própria volubilidade. Presa na armadilha da sua indecisão, ela vai tentando por todos os meios encontrar uma razão que sustente uma escolha, mas, assim que a faz, logo outras razões a levam a rejeitar o que antes era certo. E a indecisão persiste ao longo de quatro penosos anos, para ela que não escolhe, e para os quatro homens que nunca mais são escolhidos. Há, porém, um amor modelo que se apresenta no horizonte. Um amor ao lado, longe de fidalguias e salamaleques, mas genuíno e pulsante porque livre dessas grilhetas sociais: o amor entre os criados, sombras dos gestos fidalgos e das grandezas da aristocracia cheia de regras e classe. Mas nem esse amor inspira a mulher volúvel. Numa viagem por alguns momentos musicais inspirados, o círculo fecha-se, viciado, quase como se inaugurara. Esta ópera de Marcos Portugal, inscrita no género buffa, sabe-se que foi cantada em algumas das principais salas da europa. Estreia em 1796, em Itália, no Teatro de San Moisè em Veneza. Dois anos depois, Génova e Dresden. Em 1799, estreia portuguesa em Lisboa, no Teatro de São Carlos, Barcelona e Milão. Em 1801, Madrid. E em 1804, La Donna di Genio Volubile arrastava a sua inquietação amorosa e a sua incapacidade de decidir no Teatro Italiano, em Paris, programada - diz-se - pela mesma importante figura que mandara reerguer o velho teatro e o reinaugurara, poucos anos antes, com uma outra ópera de Marcos Portugal - e aqui está uma insistência que importa referir. Esse improvável programador chamava-se Napoleão Bonaparte. La Donna, (que tinha sido estreada em Itália uns anos antes sem grandes encómios da crítica), imediatamente depois desta montagem em Paris, haveria de arrastar a sua indecisão no Porto, no Real Theatro do Príncipe, em 1805, pela mão da Senhora Dona Carolina Grifonni, primeira dama da companhia italiana, numa efusiva oferta à ilustríssima e excelentíssima senhora D. Maria Rosa Brandão Alvo Godinho Perestrelo Pereira de Azevedo, Viscondessa de Balsemão. Fica-nos a saudosa inquietação de ter havido ainda a possibilidade de uma volúvel tentação carioca nos anos que se seguiram...
António Durães
Direção Artística: António Salgado
Coordenação Musical: Luís Duarte e António Salgado
Encenação: António Durães
Direção de Movimento: Cláudia Marisa
Direção vocal: Rui Taveira e António Salgado
Cenografia: Marta Silva
Assistente de Cenografia: Inês Mota
Figurinos: Hugo Bonjour
Assistente de Figurinos: Letícia dos Santos
Desenho de Luz: Rui Damas
Operador de Luz: Fernando Coutinho
Direção de Cena: Andrea Graf
Produção: António Salgado, Rui Damas e Mariana Barros
Assistente de Produção: Isabel Barros
Registo Audiovisual: Serviços Audiovisuais da ESMAE
Transcrição Moderna do manuscrito da ópera de M. Portugal: David Cranmer (investigador do CESEM)
Coordenação do CESEM-P.Porto: Ana Liberal
Coprodução: Ópera Estúdio da ESMAE/Licenciatura em Música (Canto)
Pós-graduação em Ópera e Estudos Músico-Teatrais da ESMAE
Intérpretes
Condessa (soprano): Raquel Mendes
L´Amica (soprano): Teresa Queirós/Isabel Araújo
Cecco - criado (barítono): Sérgio Ramos
Ghita - criada (mezzo): Rafaela Monteiro
Cavalieri (tenor): Miguel Reis
Cicínio (tenor buffo): Gabriel Neves
Don Coriolano (barítono): Ricardo Rebelo
Don Salústio (baixo): Francisco Reis
Figurantes: Gustavo Queirós, Maria Mendes, Teresa Queirós e Ana Alexandra
Piano/Cravo: Luís Duarte
Correpetidores: Luís Duarte e Angel Gonzalez