MATS Lab 2022
Teatro Helena Sá e Costa
Sexta-feira, 18 de fevereiro, 15h00 e 18h00
Sábado, 19 de fevereiro, 14h30 e 16h00
Instalações sonoras:
“Contratempo”
Daniel Leitão, Diogo Couto, João Robim
O tempo – é sobre ele que se debruça este projeto. O Teatro Helena Sá e Costa, de Filipe Oliveira Dias, foi inaugurado em 2001, data até à qual não existira telhado naquele espaço. Espaço que era de um átrio, a céu aberto, e que antes de ser palco para os músicos e os atores, era palco para o cantar dos pássaros, o trânsito na estrada e o assobio do vento. Também não havia cadeiras para o público se sentar, mas já havia janelas pelas quais espreitar. Propomo-nos explorar a história sónica do Teatro Helena Sá e Costa, desde antes de ter esse desígnio até hoje, até agora mesmo. O desafio é ouvir o que conta o teto, o que contam as cadeiras e as janelas. O que ouvem as cadeiras durante um espetáculo? Que sons refletem no teto antes de voltarem a cair? E o que se vê (e ouve) das janelas, já desde quando não havia sequer teto nenhum? Pretende-se proporcionar ao ouvinte uma experiência sonora que cruza o que já passou e já se ouviu como que ouvimos agora mesmo, no momento presente, sempre através da "pele" do Teatro.
“O artista está ausente”
Felipe Lima, Marta Foley, Ricardo Gandra
O artista está ausente – is gone – no hay banda!
Este é um palco de ausências.
Nele convivem uma performance sem performer e um microuniverso de so[m]bras sonoras do que se passa neste palco antes e depois do espetáculo – a limpeza, o afinar das luzes, a conversa dos técnicos, as correntes dos fantasmas (todos os teatros são habitados por espectros).
O artista está ausente – is gone – no hay banda!
So[m]bras são reagrupadas, erigindo novos palcos de ausências – múltiplas camadas de palco que se sobrepõem.
So[m]bras se interpenetram, afetando-se umas às outras/ não apenas constroem, mas também se destroem mutuamente/ para depois se limparem, como se se lavassem.
O artista está ausente – is gone – no hay banda!
“Condono Cogitatio”
Inês Benedito, Maria Gonçalves, Tiago Cerqueira
Debruçando-nos no espaço da blackbox, não descurando a sua inevitável isolação para com o ambiente cénico, pretendemos que a nossa obra seja tomada como um ato disfémico, em que encontramos o espetáculo por detrás do espetáculo. Concretamente, a problemática que levantamos passa por questionar e confrontar o espectador sobre como é que a música permanece no espaço depois de um espetáculo musical, tratando este como um organismo vivo e sensitivo.