O encontro entre a ópera e o cinema remonta ao início do século XX. Nesta apresentação, debruçar-me-ei sobre uma faceta menos conhecida – e bem mais recente – da interacção entre estes dois géneros: a criação de novas óperas baseadas ou inspiradas em filmes pré-existentes. Com efeito, títulos como Estrada Perdida, O Anjo Exterminador ou Persona deixaram de ser apenas títulos de filmes sobejamente conhecidos e admirados (de Lynch, Buñuel e Bergman) para designaram também óperas (de Olga Neuwirth, Thomas Adès ou Keeril Makan). Ao mapear este fenómeno, tomarei como fio condutor uma dupla questão: o que explica, por um lado, e que significado e relevância tem, por outro lado, a emergência deste repertório na história do género músico-teatral?
(João Pedro Cachopo)
Quarteto Contratempus
O Quarteto Contratempus é uma estrutura dedicada à criação de ópera, e que tem desenvolvido a grande maioria do seu trabalho no Porto, incluindo as estreias das suas principais criações no Teatro Municipal. Há treze anos que desenvolve a sua actividade na música, na criação de ópera e agora, na programação. Neste momento, o QC tem uma equipa de trabalho permanente, um espaço próprio na cidade do Porto, e uma rede de parcerias alargada a todo país, o que o aponta como um dos promotores mais preparado para um projecto desta envergadura e carácter.