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Publicado em: 11 Abril 2024

Così Fan Tutte

Teatro Helena Sá e Costa, 12 e 13 de abril

'Così Fan Tutte'

Sexta-feira, 12 de abril: 21h00
Sábado, 13 de abril: 16h30

Todos os anos é apresentada uma ópera promovida pelo Estúdio de Ópera da ESMAE (Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo). Coordenados por um diretor musical e um encenador, os alunos dos vários anos da licenciatura e do mestrado são os protagonistas deste projeto artístico. Os alunos de canto, o ensemble da orquestra e todas as outras variantes das diferentes áreas da escola (Cenografia, Direção de Cena, Figurinos, Luz, Produção e Som), trabalham em conjunto para criar uma nova visão da ópera de Mozart com libreto de Lorenzo da Ponte, Cosi Fan Tutte.

Desde outubro, esses 15 estudantes de canto e os cerca de 40 músicos da orquestra têm imergido num intenso processo de criação. A estreia da ópera está marcada para 12 de abril, às 21h00, seguindo-se uma segunda apresentação no dia 13 de abril, às 16h30, no Teatro Helena Sá e Costa. Este espetáculo integra-se no projeto O.O.O.2 – Opera Out of Opera 2 - Ópera Mozart em Contexto de Divulgação Internacional.

Così Fan Tutte: ossia La Scuola degli Amanti  (Todas Fazem Assim, ou A Escola dos Amantes), obra em dois atos de Wolfgang Amadeus Mozart, com libreto de Lorenzo da Ponte, reflete sobre alguns temas fraturantes da sociedade do tempo de Mozart, como a sexualidade, a fidelidade, o amor latto sensu. Terá sido recebida com alguma relutância pelo público da época, mas que o tempo tratou de afagar, tal a genialidade da composição musical. Ainda hoje os assuntos tratados nesta ópera e a teia de enganos urdida para provar o improvável, torna a peça cruel e desajustada à luz dos valores que hoje são a nossa casa comum.

A peça retrata a história de dois jovens militares, Guglielmo e Ferrando, apaixonados por Fiordiligi e Dorabella, duas irmãs na flor dos seus quinze anos. Uma noite, acelerados pela carga etílica de um serão que é rampa de lançamento para vinte e quatro horas vertiginosas, apostam com um filósofo chamado Don Alfonso, a robustez dessa fidelidade. Durante 24 horas, industriados por D. Alfonso e de forma a cumprir os trâmites do contrato que celebraram, os dois rapazes, acolitados por Despina, põem em causa essa fidelidade. E é disso que a obra trata: os temas da infidelidade, questionando a instituição do amor romântico que alimentava a sociedade bem-pensante da época, o que fez com que só tardiamente esta ópera fosse reconhecida como a obra prima que efetivamente é. Os níveis de conhecimento e consciência da mentira que está a ser jogada (hoje talvez lhe chamássemos fake news) têm diferentes níveis e expõem de forma crudelíssima o universo feminino, queira isso dizer o que quer que seja.

No fim, cumpridas as 24 horas nesta pista de velocidade que é esta estranha pista de circo, tudo se recompõe e o universo alinha-se como se nada tivesse acontecido. Mas o que foi afinal que aconteceu? A resposta a esta questão pode ser vista e ouvida nos próximos dias 12 e 13 de abril, no Teatro Helena Sá e Costa.

 

Música: WOLFGANG AMADEUS MOZART (1756-1791) K. 588
Libreto: LORENZO DA PONTE
Direção Artística: António Salgado
Direção Musical: Jan Wierzba
Encenação: António Durães

Fotografia da Thumbnail: Leonor Freitas (@leonorfreitasv)

 

 

ELENCO

(Alunas e alunos da Licenciatura e dos Mestrados da ESMAE)

• Fiordiligi (soprano)
        Ana Rosa
        
Beatriz Patrocínio

• Dorabella (soprano)
        Beatriz Patrocínio
        
Júlia Anjos

• Don Alfonso (barítono)
        Gustavo Godinho

• Despina (soprano)
        Rita Gama
        
Susana da Costa

• Ferrando (tenor)
        Henrique Lencastre
        
Gabriel Neves dos Santos

• Guglielmo (barítono)
        Fábio Soares
        
Pedro Santos

• Coro
        Estúdio de Ópera da ESMAE

• Sopranos
        Ana Rita Cruz, Ana Rosa, Barbara Xavier Quintais, Beatriz Patrocínio, Rita Gama

• Mezzo-sopranos
        Júlia Anjos, Isabel Gundana, Maria Duarte, Susana da Costa,

• Tenores
        Henrique Lencastre, João Pereira, Gabriel Neves dos Santos

• Barítonos
        Fábio Soares, Gustavo Godinho, Pedro Santos

• Circo (alunos da INAC)
        Alba Gabriel
        
George Swattridge


ENSEMBLE ORQUESTRAL DA ESMAE

(Alunas e alunos da Licenciatura, dos Mestrados da ESMAE e um colaborador)

• 1ºs Violinos
        Pedro Rebelo
        Matilda Mensink
        Leonor Santos
        Daniela Alves
        Leonor Brunner
        Mariana Mendes

• 2ºs Violinos
        Hugo Oliveira
        Inês Correia
        Mafalda Vales
        Bárbara Paradela

• Violas
        Francisco Cymbron
        Alice Peixinho
        Francisco Salgado
        Carolina Gonçalves

• Violoncelos
        Marta Nabeiro
        Raquel Mota
        Sandro Marcondes

• Contrabaixos
        Guilherme Fonseca
        Pedro Silva

• Flautas
        Joana Bezerra
        Guilherme Nascimento 

• Oboés
        Ana Beatriz Martins
        Diana Magalhães

• Clarinetes
        Ana João Andrade
        Maria Inês Arezes

• Fagotes
        Aurora Oliveira
        Beatriz Fernandes

• Trompas
        Carolina Silva
        Luísa Magalhães 

• Trompetes
        Pedro Tafulo da Costa
        Elisabete Gorrão

• Percussão
        Bruno Silva 

• Cravo
        Luís Duarte

 

FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA

Direção Artística: António Salgado

Direção Musical: Jan Wierzba

Encenação: António Durães

Produção Executiva: António Salgado, Lara Soares, Regina Castro

Direção de Cena: Lara Soares

Coordenação, Área Direção de Cena: Regina Castro

Assistência de Direção de Cena: Helena Matos, Pedro Lemos

Design de Luz: Bernardo Correia

Assistente de Luz: Guilherme Mota

Cenografia: Carlos Neves

Figurinos: Raquel Ribeiro

Maquilhadora: Ana Sousa

Costureira: Atelier Cláudia Marques

Correpetidores: David Ferreira, Luís Duarte

Apoio ao Movimento: Cláudia Marisa

Apoio ao Ilusionismo: Hélder Guimarães

Apoio Técnico: Bernardo Correia, Diogo Franco, Fernando Bernardo, João Matos, Jorge Vasconcelos, Pedro Coutinho, Zeca

Direção Vocal: António Salgado, Rui Taveira

Produção Orquestra: Carlos Azevedo, Jorge Alves, Nísia Araújo, Rui Araújo 

Operação das legendas: Ana Rosa, Júlia Anjos

Materiais de Comunicação e Divulgação: Joana Gonçalves, Jorge Teixeira

Registo Audiovisual e Imagem: Carlos Filipe, Elisabete Moreira, Leonor Freitas, Renata Lima

Uma Produção Ópera Estúdio da Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo

 

APOIOS E AGRADECIMENTOS

Anita Magalhães Faria, Bárbara Godinho, Joana Machado, Manuela Ferreira, Marco Pereira, Mónica Melo, Patrícia Pescada, Rita Cruz, TNSJ

 

Mais informações: THSC.PT

//Duração Aproximada: 2h40 com intervalo
+ 16 anos

 

ÓPERA NA ESMAE

 

"A fundação do Ópera Estúdio da Esmae esteve diretamente ligado à criação da Pós-Graduação em Ópera e Estudos Músico-Teatrais que veio preencher uma lacuna há muito tempo existente no panorama nacional na área da formação especializada em ópera nas suas diversas vertentes e na sua relação intrínseca com o processo de conceção, produção, realização e apresentação do espetáculo: ÓPERA. A ESMAE e a transversalidade do conjunto dos seus diversos Departamentos, e das mais valias aí existentes – Música, Teatro, Música Antiga, Serviços AudioVisuais – surge, por essa razão, no panorama das escolas superiores e universidades portuguesas de artes performativas, como o lugar privilegiado para a produção e criação de ópera em Portugal, ao nível do Ensino Superior.
A primeira temporada de ópera da ESMAE foi inaugurada em 2012 com a produção e criação do espetáculo constituído por duas obras Brechtianas – Mahagonny-Songspiel e Os Sete Pecados Mortais - de Kurt Weill/Brecht, com a direção de António Durães, e que teve como palco a Casa das Artes de Famalicão. Em março 2013, o Estúdio de Ópera apresentou L´Enfant et les Sortilèges de Maurice Ravel, pelo mesmo encenador, no Teatro Helena Sá e Costa, no Porto; maio de 2013, The Fairy Queen, de Henry Purcell, apresentada no Mosteiro de Tibães, com encenação de Sara Erlingsdotter; em Junho de 2013, Dialogues des Carmelites de Francis Poulenc, na sala preta da ESMAE, encenação de João Henriques; em Julho de 2013, A Flauta Mágica de W. A. Mozart, encenada pelo mundialmente reconhecido encenador de ópera, Peter Konwitschny, espetáculo apresentado no Coliseu do Porto, no Theatro Circo em Braga, na Casa das Artes de Famalicão, e no Centro Cultural Vila Flor de Guimarães; em dezembro de 2013, o espetáculo Dolorosa Speciosa com música de Vivaldi/Bach, é apresentado na Igreja das Taipas, no Porto, com encenação de Cláudia Marisa. Em 2014, março, o Estúdio de Ópera da ESMAE apresenta A Hora Espanhola de Ravel, no THSC, Porto; e em junho, O Auto da Índia, ópera contemporânea dos jovens compositores Leonor Abrunheira, José Tiago Baptista, Jorge Portela e Bruno Ferreira, com texto Gil Vicente, no THSC. Em 2015, seguem-se: Spekularis, criação coletiva com direção de Marcos Barbosa, no THSC, em abril, a Ópera dos Três Vinténs de Kurt Weill/Brecht, no THSC, com encenação de A. Durães, em maio, e em julho, é apresentada a primeira ópera europeia Ordo Virtutum, de Hildegard von Bingen, nos Claustros do Mosteiro São Bento da Vitória/TNSJ, Porto, com encenação de Cláudia Marisa. Em 2016, março, apresentou o espetáculo, criação coletiva, a Audição, no Teatro Vilarinha, no Porto, com direção conjunta de A. Durães e C. Marisa, e que se repetiu em março de 2017. Ainda sob a direção conjunta dos mesmos encenadores, em maio/junho de 2017, foi apresentada, em itinerância, a ópera Così fan tutte, de Mozart, no Teatro de Portimão, no Teatro de Castelo Branco, na Casa das Artes de Famalicão e no THSC, Porto, com direção musical de António Saiote. Em julho, o espetáculo Cântico dos Cânticos, Cantata Cénica de Isabel da Rocha, foi apresentado na Igreja da Misericórdia, Porto, sob a direção de Cláudia Marisa e Pedro Monteiro. Em dezembro, de 2017, ainda no THSC do Porto, foi apresentada a obra Artistas da Fome, espetáculo original com música de João Loio e Texto de Karl Valentin. Em junho de 2018, a estreia do espetáculo Graditur – A Poetisa Eleita performance ligada aos Caminhos de Santiago, em Caminha, segundo o conceito de Opera and Landscape, e dirigido por Sara Erlingsdotter, com música e poesia medieval com direção de Hugo Sanches; e em Julho de 2018, a estreia moderna (transcrição de David Cramner) da ópera de Marcos Portugal, La Donna di Genio Volubile, em coprodução com e no Teatro Nacional de São João, do Porto, e com encenação de António Durães, e direção musical de José Eduardo Gomes.
Através da atividade do seu Ópera Estúdio e da Pós-Graduação em Ópera e Estudos Músico-Teatrais, a ESMAE tornou-se desde 26 de maio de 2013, Associated Partner do ENOA – European Network of Opera Academies, e desde 2016, parceira da rede alargada da European Opera Academies (EOA). O Ópera Estúdio da ESMAE, entretanto, começou a definir diretrizes para, a partir de 2019, por em prática uma política de produção de óperas de libretistas e compositores portugueses, permitindo a internacionalização das suas produções, a troca de experiências e do livre trânsito de alunos e docentes da Rede EOA. Nesta ordem de ideias foi produzida e realizada no ano de 2022 a Opereta Os Noivos de Francisco de Sá Noronha, com libreto de Artur Azevedo, e em 2023 a criação da Opera Real (libreto de Jorge Louraço e música de Telmo Marques, Eugénio Amorim, Carlos Azevedo e Dimitris Andrikopoulos) que teve estreia absoluta em maio, em três salas do Norte do País: Casa das Artes de Famalicão, THSC no Porto e Coliseu do Porto. Este ano, 2024, ainda por razões que se prendem com a cooperação internacional entre academias de ópera – Opera Out of Opera 2 – voltamos a apresentar, agora com um novo formato, um Cosi fan tutte de inspiração circense e ilusionista."

António Salgado, Diretor Artístico do Ópera Estúdio da ESMAE - Coordenador da Pós-graduação em Ópera e Estudos Músico - Teatrais da ESMAE

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