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Publicado em: 18 Abril 2024

Conferência 'O Património Industrial e o Teatro'

com Evelyn Furquim Werneck Lima. Dia 23 de abril de 2024, das 14:30 às 16:30, na ESMAE, sala Teresa Macedo.

"O património industrial e o teatro.

Ocupações de armazéns desativados utilizados para práticas cénicas em diferentes configurações espaciais"

 

Evelyn Furquim Werneck Lima - arquiteta, historiadora dos espaços teatrais, professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), investigadora do CNPq e Cientista do Nosso Estado da FAPERJ -, irá conduzir uma conferência sobre a interseção entre o património industrial e o teatro. O evento  irá decorrer no dia 23 de abril de 2024, das 14h30 às 16h30, na Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo, na sala Teresa Macedo.

Esta conferência propõe discutir práticas cénicas que se têm apropriado de estruturas industriais, portuárias, agrícolas e ferroviárias, partindo de ocupações de diferentes possibilidades espaciais em armazéns industriais, de valor patrimonial, desativados. Tais ocupações procuram assegurar uma relação participativa entre o palco e a plateia, e estabelecem um papel relevante na fruição entre o corpo e o espaço, fora do edifício teatral específico. À luz da fundamentação teórica selecionada entre pesquisadores anglo-saxões que elaboram conceitos sobre o tema, tais como Marvin Carlson (1989), Juliet Rufford (2015) e Andrew Filmer (2022), a questão argumentativa deste excerto de pesquisa foi investigar como estruturas industriais têm sido apropriadas no panorama brasileiro, e transformadas em espaços de performance de diferentes configurações.

Identificou-se que vários diretores contemporâneos assumiram a decisão de encenar as suas performances em antigas estruturas industriais desativadas, ampliando a noção de espaço teatral para o conceito certeaudiano de “lugar praticado”, como uma tática para ludibriar as estratégias da indústria cultural em geral, impostas pelo Estado (1998). A questão de eliminar o ilusionismo do palco italiano e colocá-lo em discussão – com intensa participação dos espectadores – as contradições económicas, sociais, dramas e opressões da sociedade típica estruturada em classes existe desde o teatro moderno proposto por Bertolt Brecht. Todavia, a mudança de paradigmas adotada pelos principais encenadores brasileiros, que procuram diferentes espaços de performance, permitiu a criação de experiências desafiadoras para as plateias habituais, mas também ampliou a afluência de um público recém-conquistado, formado por diferentes classes sociais.

 

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