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Publicado em: 27 Março 2020

27 de março

Dia Mundial do Teatro

DIA MUNDIAL DO TEATRO

 O Teatro Helena Sá e Costa nasceu no coração de uma escola de Música e de Teatro que, antes de ser de Teatro e de Música, era a escola onde se preparavam aqueles que iam educar os homens do futuro. No mesmo sítio onde um pátio interno organizava o diálogo entre os quatro corpos do edifício, ergueu-se o teatro. Acrescentou-se ao velho pátio um corpo mais elevado no lado onde se decidiu que fosse a caixa de palco, de modo a esconder as diferentes estruturas: cenográficas, de luz, etc.

Havia de ser assim em todo o lado. Uma escola e um teatro. Irmãos para a vida.

Por infelicidade nossa, um e outros estão fechados, impossibilitados de cumprir o seu destino. Dói. Uma dor ainda maior em dias como o de hoje, em que se comemora o Dia Mundial do Teatro. Uma comemoração que começou a cumprir-se em 1961, sem interrupções físicas. Mas este ano não, tudo tem de acontecer nas costas dos teatros, que não do Teatro. E das escolas. Uma traição intolerável que não esqueceremos.

O THSC podia pura e simplesmente fazer de nêspera, igual à que o Mário Henrique Leiria poetou e o Mário Viegas nos gritou aos ouvidos: uma nêspera estava na cama / deitada / muito calada / a ver / o que acontecia. Mas o Teatro Helena Sá e Costa decidiu fazer ao contrário: sair da cama e do seu silêncio defensivo e mostrar algumas das coisas que lá aconteceram durante estes anos, em que deixou de ser pátio para ser teatro. Porque um teatro é mais, muito mais, do que um conjunto de cadeiras voltadas para um estrado. Do que um espaço arquitectónico bem desenhado (e o Helena Sá e Costa até já foi premiado e referenciado em várias publicações internacionais) que dá gosto visitar.

Um teatro é o oceano onde desaguam tantos rios, sejam eles a música, a dança, o teatro, a ópera… Ora, este teatro é esse espaço que, depois de na qualidade de pátio ter proporcionado o diálogo entre os quatro corpos do edifico, agora põe em diálogo os diferentes saberes da escola e os dá a ouver, que mostra os artistas do futuro e as suas diferentes capacidades.

E que, no cumprimento da sua história, já tem um passado.

Impossibilitados neste maldito momento de fazer presente, o Teatro mostra o resultado desse diálogo nestes anos.

Começaremos na próxima semana por mostrar alguns dos espectáculos que aqui aconteceram. Primeiro, o Teatro, através de ANDRÓMACA DEPOIS DA GUERRA, de Jean Racine, na tradução de Vasco Graça Moura, que o encenador Carlos Pimenta montou com os alunos do terceiro ano de Teatro, em dezembro de 2014.

Seguir-se-ão outros espectáculos a um ritmo semanal. De Música. De Ópera. De Dança.

Aqui, nesta outra sala, espaço virtual, uma espécie de eco ou fantasma, do teatro que representa.

António Durães


 

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