De 10 a 13 de setembro de 2025, a ESMAE será o palco da próxima edição do "Transplanted Roots", um encontro internacional dedicado à pesquisa em percussão, que promete romper fronteiras geográficas, estéticas e académicas.
O Simpósio de Pesquisa em Percussão "Transplanted Roots" foi criado para reunir pesquisadores e profissionais que trabalham no campo em constante transformação da percussão contemporânea. O objetivo geral é integrar e apresentar pesquisas escritas, orais e performáticas em percussão, construindo um panorama global desta disciplina em rápida evolução, com uma visão inovadora e crítica que escapa ao domínio da tradição europeia-norte-americana. O formato consiste em apresentações de artigos, recitais-palestras e concertos.
Datas: 10 a 13 de setembro de 2025
Local: ESMAE - Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo, Porto, Portugal
Website oficial do evento: transplantedroots.org
Principais Keynotes
Jennifer Torrence é uma percussionista e performer sediada em Oslo, Noruega. Grande parte do seu trabalho desenvolve-se a partir de processos colaborativos alargados com compositores, músicos e artistas de diversas áreas, resultando num vasto corpo de obras que se inscreve num “campo expandido” da música.
Em 2025, os destaques da sua atividade incluem atuações como solista com a Orquestra da Rádio Norueguesa e com a BBC Scottish Symphony Orchestra, bem como apresentações a solo em festivais como o Tectonics e o Darmstadt, onde estreará obras de Clara Iannotta, Weston Olencki e Kari Watson.
Jennifer integra também o ensemble norueguês Pinquins, cujos projetos recentes incluem produções de grande escala em colaboração com compositores, músicos, coreógrafos e cenógrafos, apresentadas em festivais como Donaueschingen, Ultima, Spor e MINU, entre outros.
A sua investigação artística tem-se centrado na interseção entre a percussão e a performance, explorando temas como o corpo, os processos colaborativos, a precariedade, a coletividade e a identidade queer. Os seus textos estão publicados em plataformas como a VIS – Nordic Journal for Artistic Research, Routledge, entre outras.
Jennifer é Professora Associada II de Percussão na Academia Norueguesa de Música e leciona também no curso de verão de Darmstadt. Mais informações em: www.jennifertorrence.com.
Aiyun Huang vive uma vida musical multifacetada como solista, musicista de câmara, investigadora, professora e produtora. Reconhecida internacionalmente desde que venceu o Primeiro Prémio e o Prémio do Público no Concurso Internacional de Música de Genebra em 2002, é uma defensora do repertório existente e uma voz proeminente na criação colaborativa de novas obras. Ao longo de três décadas de carreira, estreou mais de duzentas obras como intérprete e produtora.
O crítico Robert Everett-Green, do The Globe and Mail, descreve a sua performance como “cativante de ouvir e de ver”, destacando o seu repertório como capaz de “renovar os nossos hábitos de escuta”. Entre os seus destaques passados contam-se atuações com o St. Lawrence String Quartet, L’Orchestre de la Suisse Romande, a Orquestra Sinfónica de Taipei e a Orquestra Sinfónica de San Diego. Apresentou-se em festivais e salas internacionais como o Victoria Hall em Genebra, Green Umbrella Series da Orquestra Filarmónica de Los Angeles, LACMA Concert Series, Holland Festival, Festival Agora em Paris, Banff Arts Festival, Bienal de Arte Contemporânea de Lyon, Vancouver New Music Festival, CBC Radio, La Jolla Summerfest, Scotia Festival, Montreal New Music Festival, Festival Cervantino no México e no National Concert Hall and Theater em Taipé.
Recentemente, estreou obras de compositores como Shih-Hui Chen, Kuei-Ju Lin, Mari Kimura, Carlos Sanchez Guttierrez, Pall Ragnar Palsson, Jesse Jones, Zosha DiCastri, Philippe Leroux, David Bithell, Nicole Lizée, George Lewis, Chris Mercer, Kotoka Suzuki, Sandeep Bhagwati e Eliot Britton.
Para além do seu trabalho criativo aclamado, a investigação de Huang centra-se na exploração multidisciplinar do corpo performativo em tecnologia multimédia, teatro, dança e música, com a percussão como voz central. Publicou em várias plataformas, incluindo Cambridge Companion to Percussion, Contemporary Music Review, Frontiers in Psychology, Journal of Motor Behavior, International Conference on New Interfaces for Musical Expressions, Percussive Notes, Intersections e CIRCUIT. Lançou dois DVDs — Saving Percussion Theatre e Memory in Motion: Percussion in Surround — e o documentário Drumming in Magic Time, sobre a prática performativa de Drumming de Steve Reich. É diretora do laboratório TaPIR (Technology and Performance Integration Research) na Universidade de Toronto.
Além da sua carreira performativa, Aiyun promove ativamente a integração entre performance e investigação, apoiando jovens artistas e colegas a nível internacional. Em 2015, liderou a primeira edição do Transplanted Roots: Percussion Research Symposium, reunindo intérpretes e académicos de quatro continentes para refletir sobre o estado atual da percussão contemporânea. Desde então, o encontro tem ocorrido a cada dois anos num continente diferente: 2017 em Brisbane (Austrália), 2019 em Guanajuato (México) e 2022 em San Diego (EUA).
Foi membro do júri principal do Concurso Internacional de Música de Genebra em 2019, oradora principal na conferência multidisciplinar da Universidade de Toronto em 2018, e diretora da conferência Illuminations: Brian Cherney aos 75 na Universidade McGill, em 2017. No ano anterior, foi oradora principal no Australian Percussion Gathering, onde contactou com mais de 400 percussionistas de todo o país.
Nascida em Kaohsiung, Taiwan, Aiyun é doutorada pela University of California, San Diego (UCSD). Entre 2006 e 2017, liderou o programa de percussão da Universidade McGill, onde ocupou o cargo de William Dawson Scholar. Atualmente, é Professora Catedrática na Faculdade de Música da Universidade de Toronto, onde dirige a área de percussão e o Ensemble de Percussão da Universidade de Toronto. É também diretora artística do Festival soundSCAPE em Blonay, Suíça, e endorser orgulhosa da Kolberg Percussion.
Håkon Stene atua internacionalmente como solista e músico de câmara em múltiplos géneros, sendo também impulsionador e comissário de novas obras, artista discográfico, produtor, pedagogo e investigador. As suas gravações a solo e em música de câmara já foram distinguidas com o Prémio Spellemann (o “Grammy” norueguês) na categoria de música contemporânea e “género aberto” por cinco vezes.
Estudou em Oslo, Freiburg e San Diego. Entre 2005 e 2008, foi selecionado para o programa de lançamento “INTRO” para jovens solistas, promovido pelos Concertos da Noruega. Como solista, apresentou-se com orquestras e ensembles como a Orquestra Filarmónica de Oslo, Ensemble Modern, London Sinfonietta, Oslo Sinfonietta, 2e2m, Avanti!, Nadar, entre outros. Integra também projetos como o asamisimasa (música contemporânea), Pantha Du Prince (techno), e colabora com Nils Økland e Benedicte Maurseth (improvisação folk), atuando em salas e festivais por toda a Europa, Estados Unidos, Ásia e Austrália.
Colabora com diversos compositores de várias gerações e estilos. Um dos seus interesses principais tem sido o papel expandido do instrumentista na música experimental. Este tema foi explorado nos projetos de investigação “This is Not a Drum – Towards a Post-Instrumental Practice” e no pós-doutoramento “Music with the Real”, ambos realizados na Academia Norueguesa de Música, entre 2010 e 2017.
Atualmente, é professor de percussão na Hochschule für Musik Freiburg, na Alemanha, e co-orienta o estúdio de percussão do Internationale Ferienkurse für Neue Musik Darmstadt desde 2016.