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Publicado em: 25 Junho 2025

"A Criação" de Haydn - Orquestra Clássica da ESMAE, Solistas e Coro da ESMAE e da ESE

6 e 7 de junho, às 21h00, na Igreja da Lapa, Porto.

"A Criação" de Haydn ganha vida com orquestra, coro e solistas da ESMAE e ESE
6 e 7 de junho, 21h00, Igreja da Lapa, Porto.

A Orquestra Clássica da ESMAE, sob a direção musical do maestro Jan Wierzba, junta-se a solistas e aos Coros da ESMAE e da ESE, sob a direção de Barbara Francke e Aoife Hiney, para interpretar uma das obras maiores do compositor austríaco: a Oratória “A Criação”. Para muitos musicólogos, esta obra prenuncia já a sensibilidade romântica, sobretudo pela ousadia e força expressiva da sua abertura, “A Representação do Caos”, que viria a inspirar compositores como Richard Wagner. O espetáculo terá lugar na Igreja da Lapa, no Porto, em duas noites consecutivas: 6 e 7 de junho, às 21h00. A entrada faz-se mediante convite e está associado um donativo mínimo sugerido de 5,00€. 

Integrado nas comemorações dos 40 anos do Politécnico do Porto, este espetáculo é uma afirmação do papel das artes e da cultura na formação e na identidade do ensino superior.

Mais sobre os 40 anos do P.PORTO

Reserva para o e-mail: cultura@irmandadedalapa.pt

Intérpretes:

Coro ESMAE, direção de Barbara Francke

Coro ESE, direção de Aoife Hiney

Orquestra Clássica da ESMAE

Solistas

Jan Wierzba, direção

A par de Mozart e Beethoven, Franz Joseph Haydn forma a célebre Trindade Clássica Vienense, sendo figura central do Classicismo e elo vital entre o final do Barroco e os primórdios do Romantismo. Amigo íntimo de Mozart e admirado por Beethoven, Haydn tornou-se um marco incontornável na história da música erudita ocidental. Composta na última década de vida de Haydn, “A Criação” é considerada uma das suas obras mais inspiradas e profundas. O texto, baseado no Livro do Génesis, nos Salmos e no poema “O Paraíso Perdido” de John Milton, exalta a beleza da Criação e a grandeza do Criador.

Composta na última década de vida de Haydn, “A Criação” é considerada uma das suas obras mais inspiradas e profundas. O texto, baseado no Livro do Génesis, nos Salmos e no poema “O Paraíso Perdido” de John Milton, exalta a beleza da Criação e a grandeza do Criador.


"A Criação de Haydn e a eternidade 
Aforismos dirigidos a quem nos vai ouvir

No princípio, Haydn também ouviu o silêncio. E desse silêncio, brotou som, melodias, acordes e a intensidade de luz — não a luz do mundo, mas aquela luz que ilumina a alma em forma de som, de assombro e de memória. A Criação não se lê no tempo — A Criação o que faz, então? Funda o tempo.
O que Haydn escreveu não é apenas música: é a escultura do invisível e do inaudível. É uma cosmogonia entoada por instrumentos que ousaram ser deuses, ou demiurgos, apenas por um instante. “E houve luz” — diz o coro. Ouviremos todos isso.
Mas, como todos sabemos bem, quem ouve, sente que não é apenas o Génesis que se canta a si próprio, é o próprio poder de criar que aqui se manifesta.
Pois, cada nota aqui ouvida esta noite é semente... e cada pausa será uma espécie de vazio fértil. A arte, todos sabemos disso, não tem data de validade, porque não tem data de nascimento. O que nasce da mente fala a todos os tempos, ou a nenhum em particular. Haydn não escreveu para Viena, nem para 1798. Escreveu para o ouvido que ainda não existe, talvez para aqueles ouvidos que aqui estão hoje, mas sobretudo para o coração que há de pulsar em séculos por vir.
O que é eterno não se grita — ecoa e ressoa indeterminadamente.
É isso que acontece com A Criação: não como um eco que se apaga, mas como uma ressonância que se funda. Se, agora olharmos fixamente para a Lapa, lugar de culto e de recato, daremos conta que a orquestra não está a mais. É apenas, simultaneamente, jardim e cataclismo. O coro, uma assembleia de anjos, de querubins e de átomos audíveis. Os solos serão o indicador do esforço humano em tentar nomear o indizível. A música aqui não afirma: interroga-se. Não explica a Criação, mas revive o espanto primordial diante do existir, e em que cada acorde é oração, cada silêncio, uma reverência. Ali, não há dogma, apenas o sagrado da dúvida que canta. Ficamos a saber que a fé de Haydn não é cega, é ouvinte. E talvez o ouvido, mais do que a visão, seja então o sentido da transcendência.
E no fim de tudo, quando “o homem e a mulher” entram na cena sonora, é a arte que se contempla a si mesma — maravilhada e atenta com o seu próprio dom de gerar beleza. O compositor que cria mundos sabe que a sua obra será sempre incompleta, não por falha, mas por abundância. Cada audição é uma nova aurora. Cada gesto do maestro, uma repetição irrepetível do início.
Haydn não criou uma oratória.
Elevou o gesto da criação artística ao nível da própria Criação.
E ao fazê-lo, disse o indizível:
— Que a arte não se explica.
— Que a arte não termina.
— Que, talvez, Deus seja apenas o som que vibra para sempre."

ESMAE na Igreja da Lapa, 6 e 7 de junho 2025

Texto de Mário Azevedo

Oratória - A Criação

No ano em que o Politécnico do Porto celebra quatro décadas de existência, a sua presença será especialmente bem-vinda nesta ocasião que une a música, a criação e a excelência artística no seio da nossa comunidade académica e cultural.

Folha de Sala (pdf)...

FICHA ARTÍSTICA

Maestro

Jan Wierzba

Orquestra

Violinos I

Pedro Rebelo, Vasco Teixeira, Leonor Brunner, Daniela Alves, José Cândido, Pedro Bladh, Pilar Martins, Carolina Mota, David Silva, Clara Santos

Violinos II

Inês Correia, Diogo Lopes, Paulo Ferreira, Ivona Perkovic, Leonor Santos, Catarina Ferreira, Bárbara Paradela, Sara Carneiro

Violas

Diana Moreira, Francisco Salgado, Francisco Pereira, Luísa Torres, Leonor Pinto, Bernardo Almeida

Violoncelos

Sílvia Adolfo, Maria Lopes, Leonardo Vieira, Rita Dias, Catarina Alves

Contrabaixos

Tiago Machado, Marco Carneiro, João Tedim, Gil Morais

Flautas

Filipa Figueiredo, Ana Fernandes, Catarina Alves

Oboés

Diana Magalhães, Miguel Silveira

Clarinetes

Ana Costa, Maria André

Fagotes

Beatriz Fernandes, Luciana Araújo, Sara Silva (contrafagote)

Trompas

Pedro Monteiro, Pedro Guimarães

Trompetes

Catarina Farinha, Diogo Ribeiro

Trombones

Tomás Gomes, Carolina Barbosa, Tomé Correia

Cravo

António Figueiredo

Tímpanos

Paulo Dias

 

Solistas

Soprano

Ana Costa, Ana Cruz, Cristiana Costa, Rita Gama

Tenor

João Pereira

Barítono

Gustavo Godinho, Pedro Santos

Baixo

Miguel Marinho

Coro

Coro de Câmara da ESMAE

Alexandre Roque, Ana Costa, António Cardoso, Beatriz Oliveira, Cristiana Costa, Francisco Fernandes, Hugo Moreira, João Bastos, Liva Spieß, Luís Ventura, Maria Lira, Mário Tina, Marta Silva, Mateus Queirós, Miguel Marinho, Nuno Oliveira, Paulo Ventura, Pedro Borges, Pedro Mesquita, Sofia Gomes, Theodore Mezei, Vitória Ribeiro.

Coro Geral da ESMAE

Ana Almeida, André Martins, Bruno Pedrosa, Danilo Cardozo, Hugo Pereira, João Veríssimo, João Vieira, Miguel Santos, Paulo Preto, Ricardo Alves, Roberto Rosca, Sabela González, Samuel Dutra, Teresa Silveira, Tomas Ferreira;

Maestrina: Barbara Francke

 

Coro Misto da ESE

Afonso Aires, Afonso Mendes, Ana Andrade, Ana Torres, Ângela Borges, Bruna Salvador, Carolina Mendes, Deolinda Lopes, Emanuel Garçês, Eva Sousa, Francisca Pinho, Gabriel Azevedo, Helena Silva, Hugo Tiago, Ivan Fidalgo, Joana Guerra, Joana Lopes, Joana Pereira, João Fonseca, João Cunha, Lauro Luís, Lydia Munday, Maria Delgado, Mariana Faria, Monica Mota, Rafaela Barbosa, Roxolana Dunets, Ruben Pinho, Sara Pereira, Tiago Macedo, Tiago Silva, Tomás Preto

Coro Feminino da ESE

Bruna Lima, Clara Ruas, Cláudia Oliveira, Eva Danin, Inês Tavares, Juliana Campos, Leonor Gonçalves, Margarida Silva, Maria Sousa, Maria Ferreira, Maria Pinto, Mariana Dias, Marta Pinto, Sílvia Tavares

Maestrina: Aoife Hiney

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